Como uma das notícias mais bacanas dessa segunda feira foi o possível show do LCD Soundsystem na mais nova edição do festival POPLOAD GIG, nada melhor que uma mixtape de James Murphy e a confraria da pedreira. Oito canções para alterar completamente o balanço yin-yang de sua noite.
Muito menos pelo número cabalístico e sim pelas pancadas sonoras de uma das bandas prediletas (eu ia escrever desse espaço, mas aí lembrei que vão ficar dizendo que eu escrevo igual à um certo cidadão ao qual não me identifico).
E essa mixtape é dedicada à todos os sites que foram fechados pelo governo americano. A política das grandes corporações que querem acabar com o livre trânsito de informações, obviamente além de decidirem o que você pode ou não consumir!!!!!
Track list:
01) Disco Infiltrador
02) You Wanted A Hit
03) Losing My Edge
04) Us and Them
05) Tribulations
06) North American Scum
07) Yeah (Crash Version)
08) All My Friends
Por mais que bandas como Clap Your Hands and Say Yeah! tenham uma bela e estranha alegoria, elas tornam-se necessárias para que aquela nuvem de ludicidade seja cada vez mais destilada por entre os ouvidos menos e mais atentos.
Por isso esse quarteto de Leeds se faz necessário.
Auto intitulando-se como trovadores do chamado jump folk, que define-se por uma qualidade da música folclórica, misturada com elementos do alternativo, hip-hop e eletrônica.
E essa é uma nuance que fica bem clara dentro do som da banda. Mas não pense você por nenhum minuto, que essa mistura bruta de seiva destilada por entre binariedades passa por estados de lamentação auditiva. As canções da banda tem algo muito bem palatável. Com linhas de baixo (como na música Leon) que vem do mais sombrio e hookiano baixo.
Films é uma bela sacada desse final de ano, onde não existe o nervosismo dançante, mas pode-se sem medo balançar os pés da mesma maneira que contemplar as notas. Dois exemplos aqui no GD, MATILDA e BREEZEBLOCKS.
Muitas vezes o progressivo é lento demais, mas nesse caso.
A banda sueca que teve seu disco de estréia lançado o ano passado (DRAGON), anda pelas pradarias onde a musicalidade é derramada em formas catódicas e cheias de equações exatas. Não que o adjetivo matemático seja necessário, mas as composições possuem um andamento que atravessa os anos 70 com uma categoria mais do que louvável. Um tipo de progressivismo quase singelo e pequeno, mas nem por isso menos abrasivo.
Muitas passagens sonoras não gratuitas e de uma maneira que seus ouvidos são capturados dentro de poucos segundos de audição. Uma passada pelo myspace da banda revela canções como Evil, Deportation Day, que são puramente uma suave brisa de verões passados. Aqui dois vídeos, Head Beaches e depois Deportation Day.
Com o tumblr em perigosa e desabalada vontade própria nessa manhã de sábado, vamos por aqui mesmo.
Mini show do SMASHING PUMPKINS no Anfiteatro Shoreline, em 30 de outubro de 1999.
Detalhe importante são as duas covers que a banda já solta logo no início, Stay do U2 (???) e depois Ol 55 de ninguém menos que Tom Waits.
De Chicago, esse quarteto que nasceu em 2009, lança esse ano o EP Affair. Com vocação de pista de dança desde os primeiros acordes, essa banda foi comparada com algumas pérolas do cancioneiro pop rock. Nomes como Phoenix e New Order foram citados, mas a California Wives não parece entrar na onda de consumismo rápido assolante na música. São cinco músicas onde a necessidade de mostrar-se modernos não é tão latente e a diversão por entre riffs grudentos é a tônica.
Nitidamente influenciada pelos nomes supracitados e ainda por cima correndo por fora em ondas do que acontecia no início dos anos 00 (afinal de contas já se vão 10 anos).
Os rapazes mostram que quando a diversão caminha de mãos dadas com uma linha de bateria nervosa e catalisadora de reações acetilcolinadas, a música mostra-se mais inebriante e chapadora de emoções. Os sintetizadores cheios de memória devoniana são mais um chamariz dançante.
Dê uma corridinha no site da banda (lá nas bandas citadas) e confere o EP Affair, uma bela surpresa dessa semana que foi no mínimo interessante. Ouça aqui no GD Purple.
Se existe uma metáfora bem encaixada dentro do rock, a formação dessa nova banda poderia ser então chamada de Seleção Canarinho, Academia Palestrina, Democracia Corinthiana, Santos de Pelé e por aí vai...
FREEBASS
Pelo nome já dá para imaginar que a formação acadêmica vem do famoso instrumento de quatro cordas, que por muitos anos foi quase tão mal tratado quanto a bateria. É de lenda poderosa o fato de que, um baixo mal tocado dentro de uma banda, pode fazer uma catástrofe nuclear parecer um trac. Mas esse três senhores são exemplos de excelência no assunto.
Olha a escalação: Peter Hook (Joy Division, New Order), Mani Mounfield (Stone Roses, Primal Scream), e Andy Rourke (The Smiths) formam essa banda que já existe há algum tempo. Em uma entrevista para a publicação NME em 2005, Peter Hook explicou como era o funcionamento da Freebass:
"Todas as músicas tem três baixos, Mani faz a parte mais baixa, Andy trabalha nos acordes médios e eu faço toda a parte alta". Com esse modo operacional, a banda de Manchester seguiu sem lançar nenhum material.
Até agora...
TWO WORLDS COLLIDE é o disco de estréia que contará com a pequena ajuda de alguns amigos dos integrantes nos vocais. Gente de peso como por exemplo, Tim Burgess (The Charlatans UK), Pete Wylie (The Mighty Wah!) e Howard Marks (Mr. Nice). O disco, julgando pelo primeiro single (que você ouve e baixa de graça) é de uma prazeirosa e leve conjunção de acordes semi pops. Com uma exaltação ao instrumento obviamente, mas com o poder de notas low-finianas transpassando seus ouvidos e liberando seratoninas sorridentes. De maneira quase infanto-juvenil, a Freebass é uma das bandas que mantém aquele frescor conectado às melodias com profusão de batimentos dos pés no chão.
Até parece que esse blog anda com camisetas pró Canada e que o desejo deste sacripanta cronista é andar vestido de longos ternos vermelhos e chapéus bem postados da Polícia Montada. Mas não, meu imigrante leitor, não desejo sair de minhas terras brasileiras de ex-pau brasil pé vermelho indígena. Apenas calha de mais uma das bandas aportarem residência em Montreal, no país supracitado.
A banda possui um EP lançado em 2009 (No Joy) e o disco de estréia chama-se GHOST BLONDIE. As canções possuem a mais famigerada veia shoegazinana, mas com uma certa dose de distorção bem vinda. De terras onde a força faz-se presente por cada célula de guitarra e com uma capacidade de preencher o ambiente por completo, a No Joy pode surpreender seus ossículos.
Vamos com muita coisa da banda:
O EP de estréia na íntegra e dois singles do disco de estréia (Heedles e Hawaii).
A banda JJ, ou melhor a dupla, lançou um disco nesse início de ano (JJ nº3) e andavam meio sumidos. Andavam, pois hoje submergiu das atmosferas melancólicas suecas, mais um single.
LET THEM e I'M THE ONE / MONEY ON MY MIND, navegam na já conhecida desilusão que os vocais de Elin Kastlander possuem. A banda não mostra sinais de mudança em relação ao som, mesmo excursionado com os poderosos The XX. Aliás a tristeza brejeira da dupla sueca é o que aproxima as duas bandas. Mesmo com Let Them possuindo algumas nuances de um quase rap depressivo, as canções são boas.
Os singles estão disponíveis para download gratuito e combinam perfeitamente com essa binariedade cinza dessa sexta feira, véspera de feriado prolongado.
Robert Kent, Jake Bankhead e Dustin Elliott, talvez não imaginassem que mudar o nome da banda de Apes Of Wrath para Novo México, tornaria o som da banda mais compacto. Mas o projeto anterior já era possuidor de poderio de fogo. Agora o jogo subiu alguns níveis.
O primeiro registro da banda (que ainda não tem gravadora) é o EP Have You Meet My Friend, lançado essa semana. Registro que deixa claro o apelo para uma garagem com rebeldia embebida em sujeira bem destilada. O rock sempre é bondoso com quem escreve canções para ouvir embebedando-se e o disco do New Mexico é assim. Com as evidentes relações iônicas com o punk feito nos anos 80, a banda quase soa como um remake dos Buzzcocks amalgamado com a urgência dos Hives. O que é sempre bem vindo...
Vamos ao que interessa, ABUSED AND AMUSED uma das canções da mini bolacha e depois mais duas ao vivo (Case Closed e Bad Advise), além de uma entrevista.
Se não existisse a famosa bola de cristal no mundo da música, pode ter certeza que qualquer um dos que escrevem sobre ela, a inventariam (este sacripanta escritor inclusive). Nunca é demais apostar, conjecturar, dizer que já sabia antes. Obviamente existem sempre os extrapoladores, mas isso é coisa de outro carnaval boêmio.
O importante aqui é essa nova cadidata à musa das cordas vocais.
Lia Ices já vem há algum tempo escrevendo canções e deixando os ritmos assimétricos tomarem contas das notas. Mas esse ano assinou com uma grande gravadora (Jagjaguwar) e terá seu disco de estréia lançado em 2011. GROWN UNKNOWN tem data marcada para 25 de janeiro de 2011 (aniversário de São Paulo) e trará toda a capacidade de abstração que o som da cantora carrega. Auras enuviadas com poderio de hipnose completa. Com uma voz que avança na direção da paz e quietude, mas mantendo os timbres sempre prontos para viradas desconexas.
Para conhecer melhor o trabalho da de Lia, aqui vai o primeiro single do disco que vem o ano que vem, Grown Unknown. Depois o clip de Half Life.Olho nela...
Athens, é notoriamente local de bandas que sempre apresentam uma caixa de ressonância diferenciada. Muito mais do que uma diversão barata, saída para canções que provavelmente trazem muito mais benefícios quando são usadas para grudar sua camada mais interna do cérebro aos seus canais auditivos, sem a mínima previsão de separação.
Em 2008 Zeke Sayer era o feliz dono de um estúdio que tinha duas faces. Ao mesmo tempo em que era local excelente para registrar acordes, também era uma casa móvel dos anos 50. Devidamente assombrada de acordo com o antigo dono. Nesse clima soturno Zeke juntou-se com seu amigo Tyler Gleen e assim a dupla iniciava as gravações das primeiras demos. Logo depois, a presença de John Bleech o trio estava pronto. O primeiro EP dos The Humms foi lançado em 2009, com a banda toda saindo do colegial. ARE YOU DEAD? fez com que o trio embarcasse um uma viagem de 1200 km ao redor do país tocando em qualquer lugar onde existisse um palco.
LEMONLAND, o disco completo, nasceu em agosto de de 2010. A mistura do rockbilly punk nos moldes de outra banda transloucada, o No Bunny, parece mover acordes tão grudentos quanto perigosos. Uma raridade onde não existe lugar para experimentações cheias de eletro-indie shoegaziado, mas uma eletrificada catarse por entre loucuras assimétricas. E viva os Cramps e The Mummies como sempre.
Uma canção e um clip (na verdade dois), ouça Buttermilk, veja Do The Graverobber e The Cool-Aid Man e uma apresentação no mínimo inusitada da banda tocando Freaky
Desde quando o produtor canadense abriu sua conta no sítio tumblriano e postou algumas canções, a aura cheia de névoas densas chamou a atenção de muita gente lá fora. Não é de graça que este exímio alquimista de átomos nobres em claves de sol, remixou canções de uma tonelada de bandas alternativas (Local Natives, Japandroids, Twin Sister).
A proporção pode ser dividida assim, metade da canção é de alma hipnótica. O outro lado parece navegar por lugares onde a contemplação pode ser arma poderosa de desligamento. Com se fosse possível fazer com que seu cérebro recebesse uma dose extra de melatonina químicamente trabalhada dentro de uma laboratório de metanfetamina. Tubos de ensaio povoados de botões de controle em um estúdio alquímico.
O novo som desse rapaz cheio de idéias imaginéticas chama-se WATCH OVER ME e você escuta abaixo.
A banda nasceu em Austin, em 2006. São quatro anos onde a produção desse trio composto por Natalie, Lauren e Naomi (todas de sobrenome Ribbons), tem nos entrecantos o disco One Time Travel Romance, dois EPs (Agent Raibbons and The Star Crossed Dopplelganger e You Love is The Smallest Doll) e o mais novo trabalho, Chateau Crone. As meninas passeiam nas areias menos escaldantes e mais cheias de reveladoras notas que juntam-se em estilos diferenciados. Do cabaret vitoriano até a linha mais lenta de um showgaze meio atordoado.
Muitas vezes o trio lembra uma dupla que segue na mesma linha quase circense de composição, as The Pierces.
Uma coleção de canções lúdicas e que não tem nenhuma saída fácil, mas sim sempre a inventividade e provocação. Ouça duas da banda, Dada Girlfriend e Don't Touch Me.