sexta-feira, 30 de abril de 2010

ARNOLD LAYNE TEM UM IRMÃO BARULHENTO

Correções de vida são feitas muitas vezes assim, ao vivo e em público. Diferente de alguns políticos que querem que as correções históricas sejam escondidas por debaixo dos tapetes já extremamente sujos.

A banda:

HEROD LAYNE.
Quando li pela primeira vez sobre a banda, não foi na verdade uma real leitura. Foi mais uma audição, em uma das Poploaded Sessions no setembro de 2009.
Um trio com o nome retirado da música Arnold Layne (do Pink Floyd), que inclusive participou de um concurso promovido por David Gilmour e acabou ficando com o oitavo lugar mundial. Mas não é só apenas de uma música premiada que vive essa banda.

Um de seus componentes tem uma história de vida muito parecida com a minha, no sentido de também ser um cara que nasceu no interior e veio morar na capital onde sua vida acabou mudando de rumos e finalmente o destino de viver de música se cumpriu. No caso dele a vocação com as notas, no meu.....
O meu não importa!!!!!!

Elson (o baixista da história acima), Johnny Dux (bateria) e Sachalf (guitarrista), mostram que sim dentro desse país outrora sitiado por tanques de guerra dos milicos, é possível uma banda que consuma todas as influências vindas das melhores e mais barulhentas pradarias gringas (Sonic Youth, Mogwai, Explosions In The Sky, Oktober People e por aí vai..), transforma-las em um som que mesmo pertencendo ao filão do noise, tem uma assinatura própria.
Se o Macaco Bong é a dinamite auditiva, o Herod Layne é um maestro cirúrgico que aos poucos vai usando pequenas navalhas em acordes guilhotinados em crescente tremor. O baixo preciso e sem nenhuma vontade de afetação é seco. Como se sua alma fosse em pequenas notas se tornando um corpo que sofre de desidratação atômica, onde cada molécula é distorcida. A bateria que segue a linha de erupções calmas que se transformam aos poucos em uma epilética cadeia de frases neurológicamente agitadas.
Ao final de qualquer audição das músicas do trio é possível sentir a velocidade de cada sinapse em seu cérebro, milímetro por milímetro. Isso sem contar as viscerais apresentações ao vivo da banda que contam com a famosa chave de fenda destrinchando as cordas do baixo de Elson.
Conseguir reunir em uma banda a capacidade de desconstruir um corpo e reordena-lo de maneira completamente diferente depois é uma característica divina.
O que vem de encontro à uma declaração o baixista, sobre o gênero que toca (declaração dada em uma entrevista feita para o BLOGDORACIN):

"EU VEJO DEUS NO NOISE"

Aqui dois vídeos da apresentação para o Poploaded Sessions (apresentado por Lucio Ribeiro e Fabio Massari), das canções Unsung Hero e Crossroads. Tenta não suar frio.......



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